Carta de amor, ridícula

Tentei as palavras certas, mas talvez nunca as terei.
Discutimos ontem a noite debaixo do chuveiro, sobre todas aquelas banalidades de sempre e venci a discussão por uma presença solitária. Pensei em pegar o telefone e dizer "eu te amo", mas desisti ao lembrar que isso não faz mais sentido, declarar o meu amor a esta altura dos acontecimentos... Já percebi que será sempre em vão.
Em vão também, é tentar qualquer reaproximação, sempre teremos aquelas desculpas de "não vi", "não li" ou "depois eu respondo". Teremos sempre um motivo qualquer para não continuarmos o que começamos, se começamos. Acho que é melhor colocarmos um fim.
Escrevi e reescrevi uma carta de amor, mas depois deletei tudo do computador. "Para que?" novamente me perguntei, me perguntei também que sentido se fez tudo na vida, que fosse para me fazer sofrer. Não entendi até hoje as mentiras disfarçadas de ciúmes que você 'postou' em cada uma daquelas frases que depois você deletou.
Para que seduzir as pessoas e depois ir embora em nome da liberdade e dos sonhos? Para que colocar palavras em vão em pensamentos alheios, que no fundo não é o que você pensa?
Eu sabia desde o primeiro momento que tudo estava errado, que ilusões estava lançadas, mas mesmo assim eu insisti. Voltarei para o final da fila e ao recomeço das torturas de amor das lembranças que me  atormentam.
Veremos até que dia essas lembranças teimarão em resistir.